"Nestas impressões sem nexo, nem desejo de nexo, narro indiferentemente a minha autobiografia sem fatos, a minha historia sem vida. São as minhas confissões, e, se nelas nada digo, é que nada tenho que dizer." Bernardo Soares

Aviso das Imagens

P.S. informo que todas as imagens aqui postadas foram retiradas da net, caso sejam de sua autoria por favor informe que darei os devidos créditos e caso não deseje a postagem a mesma será retirada.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Misantropria... egoísmo e afins...

Ontem, ao deitar no meu leito, fiquei a pensar em como as pessoas se relacionam hoje em dia. O medo de viver uma paixão, de se entregar á outra pessoa. O receio de compartilhar, de se abrir com alguém. Lembrei de algo que me disseram uma vez:
"A culpa foi minha, sofro de misantropismo.”
O individuo que me disse isso, talvez sofresse mesmo dessa enfermidade, ou por outro lado queria justificar a covardia de não encarar a vida de verdade, responsabilidades de uma vida á dois e etc...

Explico:
"O misantropo é uma pessoa que tem aversão ao convívio social, adora viver em isolamento. Aquele que não mostra preocupação em se dar com as outras pessoas, de ter uma vida social preenchida - tendência a ter uma pouca ou praticamente inexistente vida social. É Um estado de reclusão que alguns indivíduos escolhem para viver. É muito importante salientar que o Misantropo tem dificuldades em assumir essas características tanto para si mesmo quanto para as pessoas mais próximas. Raros são os casos em que eles refletem acerca da possibilidade da Misantropia ser integrante real das suas vidas, costumando negar a existência desta em todos os casos." (fonte: Wikipédia).

Essa característica de aversão à humanidade clinicamente diagnosticada é refugio para muitos. Sim, refugio!Muitos se utilizam desse artifício para esconder a preguiça de tentar se relacionar. As pessoas hoje em dia estão egoístas e é infindável o abismo que existe entre algumas pessoas. Muitas dizem que não tem paciência para aprender a dividir novamente. Ou que é melhor estar sozinho. Mas será mesmo isso?
Ou não será somente a preguiça de se abrir para alguém.A solidão só é boa quando visitante, como hospede esporádica. Como moradora é algo assustador.
Me perguntam se teria coragem de passar por tudo que passei novamente, se tenho vontade de casar de novo. Respondo de imediato: Sim quero me aninhar. Não tenho medo de sofrer ou tentar novamente.
Muitos dizem que são experientes e cultos. Mas na verdade nada sabem. Porque? Porque tem medo de viver. Não tem coragem de enfrentar a vida. De desvendar novos mundos e sentidos.
Para adquirir experiências é necessário viver.
Quem foge da dor, do sofrimento, da alegria e do amor realmente está fadado a viver como eremita.
Ironia da vida as coisas que nos acontecem.
Amores platónicos, amores malucos, paixões avassaladoras, mas tudo real, tão real que a dor por momentos passa a ser física.
As pessoas colocam na cabeça que tem que fazer as outras felizes e completas. Não se pode fazer outra pessoa feliz. Pode-se, sim, colaborar com ela na construção de sua própria felicidade. Não se dá o que é inalienável, inseparável, intransferível.
Não podemos nos prender a essa obrigação de felicidade alheia.
Devemos viver, estar junto, apoiar, compartilhar....
É utópico? Sim um pouco, pois é raro um ser humano que deseje isso.
É tão mais fácil cada um na sua casa...
Depois do sexo toma-se banho, coloca a roupa e segue para sua morada sem se preocupar com mais nada. Somente em si mesmo. Necessidades carnais sanadas, nada mais nos prende ao outro.
Esquecem-se que a melhor sensação não é de ser cuidado, e sim de perceber que você pode ser cuidado se for preciso. E é essa segurança que nos faz viver melhor, de maneira mais humana e amorosa. Sinto mais prazer em ver quem está comigo bem e feliz do que eu estar aninhada em seu colo.
Não quero dizer o que é certo ou errado.Muito menos emitir parecer de juízo.
Nem fazer auto-promoção ou discutir o egoísmo.
Tão somente escrevo que hoje é difícil compreender o ser humano.
Bicho esse que se tornou independente, egoísta e solitário.
Esse egoísmo nosso de cada dia que provoca a tão chamada solidão.
É egoísmo pensar somente em nós próprios como centro do mundo.
É egoísmo construir um mundo fechado que nos isola das oportunidades que a vida pode oferecer.
Não falta quem pergunte o porque do ególatra.
Do porque de sua existência e o porque deixamos ele tomar conta de nós.
Ele pode ser considerado um frio que vem de dentro. Mas que eu quero extinguir.
Sou o avesso do misantropo.
Quero esquecer o salto alto do egoísmo.
Quero viver intensamente... compartilhar, dividir... ser dois...
Será isso um delírio?

Nenhum comentário: